O ‘Setembro Amarelo’ é uma campanha mundial, que acontece todos os anos, com o objetivo de promover a prevenção ao suicídio. Este ano, o tema que norteia os trabalhos é: “Entender para Acolher”. A Prefeitura de Jacareí, por meio da Secretaria de Saúde, aderiu mais uma vez ao movimento, com uma programação interna, destinada aos servidores, que incentiva a discussão sobre o assunto e a importância do tratamento da saúde mental.
“Serão realizadas rodas de conversa com os servidores públicos ao longo do mês, de forma presencial e online. É preciso falar sobre o suicídio e sobre a importância do tratamento da saúde mental. O preconceito impede que muitas pessoas procurem ajuda e vidas deixam de ser salvas”, explica Daniel Freitas, diretor de Atenção Especializada da Secretaria de Saúde.
Atendimento Psicossocial em Jacareí
O “Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio” é celebrado no dia 10 de setembro, mas a campanha acontece durante todo o ano, por meio das políticas públicas de saúde adotas pelo SUS (Sistema Único de Saúde).
Em Jacareí, a porta de entrada para qualquer pessoa que precise de atendimento psicossocial são as Unidades Básicas de Saúde. Cada caso é analisado separadamente e, de acordo com a necessidade, o paciente é encaminhado para tratamento no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS).
“Primeiramente, para iniciar o tratamento, o paciente precisa pedir ajuda. Mas em alguns casos, esse pedido de ajuda é feito por um familiar, que percebe comportamentos estranhos. Geralmente, a pessoa procura ajuda em uma UBS ou diretamente no CAPS. Mas, no caso de jovens, muitas vezes o pedido é feito para um professor na escola, por exemplo”, explica o Dr. André Resende Mancilha, psiquiatra do CAPS, em Jacareí.
Rede de Apoio
No CAPS, o paciente conta com uma rede de profissionais do SUS, que acompanha o tratamento da saúde mental, composta por psiquiatras, psicólogos, assistentes sociais, terapeutas ocupacionais e enfermeiros.
“O suicídio envolve muito tabu, pouco se fala, muita gente não expõe isso. Às vezes, o próprio médico consegue captar isso nas entrelinhas, em meio a uma consulta, por meio de sinais que o paciente dá. Geralmente, os casos de suicídio envolvem algum transtorno mental, por isso a importância de se falar em saúde mental. O caso mais comum é o de depressão, mas existem também casos de transtorno bipolar, uso de substâncias psicoativas e esquizofrenia”, ressalta o psiquiatra.
O tratamento envolve toda a equipe do CAPS, respeitando as particularidades de cada paciente. “O tratamento dessas doenças é algo muito singular, e varia de paciente para paciente. Existem pessoas que necessitam de acompanhamento por um período, outras a vida toda. Alguns necessitam de medicamentos para auxiliar no processo, outros não. A vida nos impõe muitos desafios no dia a dia e, com a pandemia, isso tem aumentado. Mas o mais importante é não deixar de procurar tratamento. É preciso falar sobre saúde mental e procurar ajuda sempre que possível”, finaliza André.
Números do Suicídio
De acordo com a Associação Brasileira de Psiquiatria e o Conselho Federal de Medicina, são registrados mais de 13 mil suicídios todos os anos no Brasil e mais de um milhão no mundo. Aproximadamente 60% das pessoas que morreram por suicídio nunca se consultaram com um profissional de saúde mental ao longo da vida.
Cerca de 96,8% dos casos de suicídio estavam relacionados a transtornos mentais. Em primeiro lugar está a depressão, seguida do transtorno bipolar e abuso de substâncias.