A peça teatral “LaLoba” marcará o próximo final de semana e o início da estação das flores, dentro das atividades do 2º Festival da Primavera, promovido pela Secretaria de Meio Ambiente. O evento acontece no sábado (22), às 20h, em única apresentação na Sala Mário Lago, com entrada franca.
Em meio a um percurso poético, canções e estímulos sensoriais, histórias antigas, presentes no livro “Mulheres que correm com os Lobos”, serão contadas na peça “LaLoba”, “Os Três Cabelos de Ouro”, “Baubo” e “La Mariposa”.
É seguindo as pegadas deste profundo e transformador livro “Mulheres que correm com os Lobos”, que a peça “LaLoba” se desenrola e envolve, numa proposta intimista, convidando a todos para um encontro onde a alma feminina é livre e libertadora.
O solo já está em circulação há quatro anos e é da atriz Juliana Bazanelli, contadora de histórias e encenadora. Em sua obra, a natureza é mestra e musa, e a arte está intimamente ligada a vida.
Sobre o livro – “Os lobos foram pintados com um pincel negro nos contos de fada e até hoje assustam meninas indefesas. Mas nem sempre eles foram vistos como criaturas terríveis e violentas. Na Grécia antiga e em Roma, o animal era o consorte de Artemis, a caçadora, e carinhosamente amamentava os heróis.
A analista junguiana Clarissa Pinkola Estés acredita que na nossa sociedade as mulheres vêm sendo tratadas de uma forma semelhante. Ao investigar o esmagamento da natureza instintiva feminina, Clarissa descobriu a chave da sensação de impotência da mulher moderna.
Seu livro, “Mulheres que correm com os lobos”, ficou durante um ano na lista de mais vendidos nos Estados Unidos. Abordando 19 mitos, lendas e contos de fada, como a história do patinho feio e do Barba-Azul, ele mostra como a natureza instintiva feminina foi sendo domesticada ao longo dos tempos, num processo que punia todas aquelas que se rebelavam.
Segundo a analista, a exemplo das florestas virgens e dos animais silvestres, os instintos foram devastados e os ciclos naturais femininos transformados à força em ritmos artificiais para agradar aos outros. Mas sua energia vital, segundo ela, pode ser restaurada por escavações ‘psíquico-arqueológicas’ nas ruínas do mundo subterrâneo. Até o ponto em que, emergindo das grossas camadas de condicionamento cultural, apareça a corajosa loba que vive em cada mulher.”
(Marta Fernandes/PMJ – Foto: Divulgação)