Quando a equipe do ‘Melhor em Casa’ chegou à casa do professor aposentado João Ramos, de 68 anos, ele já estava sentado em frente à máquina de escrever, sua companhia durante os dias e principal ferramenta para se comunicar com a família e profissionais de saúde.
Desde que pegou uma grave pneumonia, João Ramos, que lida com o Parkinson há mais de 20 anos, ficou internado por 60 dias na Santa Casa de Jacareí. Mesmo com a alta médica, as consequências foram graves e ele passou a ter restrições de comunicação, alimentação e mobilidade que necessitavam de mais cuidados.
Neste momento, é que entrou em ação o ‘Melhor em Casa’, um serviço de saúde que oferece atenção domiciliar para pessoas que apresentam dificuldades temporárias ou definitivas de sair do espaço da casa para chegar até uma unidade de saúde.
Do apoio fonoaudiológico ao nutricional, de exercícios de fisioterapia aos cuidados com os curativos, o olhar integral da equipe multiprofissional sob a saúde do paciente visa um cuidado mais próximo da rotina da família, evitando hospitalizações desnecessárias e diminuindo o risco de infecções, além do benefício de estar no aconchego do lar.
“O Melhor em Casa é uma ferramenta fantástica que o SUS possui com a finalidade de promover a humanização do cuidado ofertando ao seu usuário maior dignidade em seu tratamento e sua reabilitação desde que o mesmo possua condições de desospitalização, além de se enquadrar no perfil dos pacientes pré-estabelecido pelo Ministério da Saúde, no Caderno de Atenção Domiciliar. Para mim o mais importante é o fortalecimento do vínculo família/cuidador –paciente, já que os cuidados são de corresponsabilidade da mesma e isso faz com que a adesão do paciente seja intensificada e apresentando uma melhora acentuada do quadro clínico”, reforça o médico do Melhor em Casa, João Otávio.
A irmã do paciente, Fátima Ramos, relatou quão importante foi a presença do Melhor em Casa nos primeiros dias após a alta do hospital. “Não víamos a hora de ele sair do hospital, mas, com as restrições, quando chegamos em casa nós pensamos ‘e agora, o que fazer?’. No outro dia a equipe do Melhor em Casa já estava aqui, nos orientou, fizeram curativos e iniciaram o tratamento domiciliar que se mantém até hoje. Eles foram nosso alicerce pra começar essa nova fase dos cuidados”, conclui Fátima.
O atendimento é realizado por equipes multidisciplinares, formadas, prioritariamente, por médicos, enfermeiros, técnicos em enfermagem, fisioterapeuta, fonoaudiólogo, nutricionista e psicólogo. Outros profissionais, se necessário, também apoiam os serviços.
Na máquina de escrever, o professor de história, que até hoje é ávido leitor e poeta, datilografou sobre sua experiência com a equipe. “Afetado por uma doença que dificulta a locomoção, sempre fui sensível a propostas de atendimento em casa. O atendimento em casa não pode se resumir a uma consulta a domicilio, ela deve ser um movimento em direção à família, fazendo com que se torne parceira do enfrentamento da doença e no cultivo da saúde”, conclui João.
O Melhor em Casa é um serviço ligado à Diretoria de Atenção Básica à Saúde e, para os atendimentos é necessária indicação médica, seja das Unidades Básicas de Saúde ou dos hospitais que por ventura o paciente possa estar internado antes de receber a alta.
(Diretoria de Jornalismo/PMJ – Foto: Cristina Reis/PMJ)