Poucas pessoas se identificam tanto com o nome de sua cidade natal como Luiz Gonzaga Pinto da Gama. Nascido em Salvador, em 1830, Luiz Gama dedicou sua vida à libertação de negros que viviam em condições de escravidão no Brasil.
Negro, filho de uma africana livre e de um fidalgo português, Luiz Gama não podia ser escravizado. Isso não impediu, porém, que o seu próprio pai o vendesse a um negociante de escravos, aos 10 anos de idade. Aprendeu a ler e a escrever aos 17 anos e, aos 18, conseguiu recuperar sua liberdade após juntar provas de que havia nascido livre.
De escravo a escrivão, Luiz Gama trabalhou na Secretaria de Polícia de São Paulo. Conciliou o serviço público com o jornalismo e frequentou a Faculdade de Direito do Largo São Francisco, apesar de ter sido impedido de se matricular por ser negro. Nesse período, fundou alguns periódicos, como “O Diabo Coxo” e “Cabrião”, além de ter sido um dos primeiros negros a publicar uma obra: “Primeiras Trovas Burlescas de Getulino”, composta por uma série de sátiras.
Foi como advogado autodidata, porém, que Luiz Gama descobriu sua missão. Com base nas leis do Império, contribuiu para livrar da escravidão mais de 500 negros que haviam sido encarcerados de forma indevida, com base no que ele mesmo já houvera sentido na pele.
“Contribuiu para livrar da escravidão mais de 500 negros que haviam sido encarcerados de forma indevida, com base no que ele mesmo já houvera sentido na pele.”
Luiz Gama morreu em decorrência da diabetes, aos 52 anos de idade. Em 2015, 133 anos após sua morte, recebeu o título de advogado, em homenagem feita pela Ordem dos Advogados do Brasil.
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