O prefeito de Jacareí, Hamilton Ribeiro Mota, apresentará a dirigentes municipais da Região Metropolitana do Vale do Paraíba, Litoral Norte e Serra da Mantiqueira a Usina de Biometanização, também conhecida como Usina de Biodigestão. O projeto inédito na RM Vale garantirá o reaproveitamento quase total do lixo, pois o aterro receberá uma pequena parte do lixo que não agride o meio ambiente.
A apresentação da Usina será nesta sexta-feira (16), às 10h, no Aterro Sanitário de Jacareí, que fica na rua Bom Jesus, 500, bairro Cidade Salvador. Após o licenciamento de operação da Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo), cujo documento deverá sair nos próximos dias, a Usina colocará em operação a primeira etapa de operação, que envolve pré-tratamento mecânico (triagem) e separação do lixo.
BIOGÁS – De acordo com o prefeito Hamilton Mota, atualmente cerca de 85% do lixo doméstico é enterrado e haverá redução de volume em cerca de 85% com início de operação da Usina com a separação do lixo. “Estivemos na Alemanha em 2012 pra trazer toda essa tecnologia de gestão de resíduos sólidos para Jacareí. A Usina de Biodigestão vai reduzir a quantidade de lixo no aterro para 15%, além de futuramente gerar energia elétrica com o gás metano (biogás) produzido no processo. É uma solução ambiental viável além da possibilidade de gerar recursos para a cidade”, disse Hamilton.
De acordo com informações da Secretaria de Energia e Mineração do Estado de São Paulo existem apenas sete usinas de biogás em funcionamento em todo o Estado.
O secretário de Meio Ambiente, Altemir Almeida, explicou também que houve alteração do Plano Diretor do município para que a cidade possa receber futuramente recursos pelo processamento do lixo de outros municípios.
“A Câmara Municipal aprovou, em novembro, o projeto do Executivo que altera o Plano Diretor Municipal. A proposta aprovada agora permite que outros municípios utilizem o aterro sanitário de Jacareí mediante autorização municipal e pagando pelos serviços. Ao contrário do que alguns pensam, o objetivo não é enterrar o lixo das outras cidades aqui, e sim processar esse resíduo, evitando que seja enterrado, e também produzir energia”, disse Altemir.
A Usina poderá gerar, inclusive, benefícios econômicos também para as cidades que enviarem o lixo doméstico para o processamento em Jacareí, pois os custos para enterrar o material e manter o aterro dentro das normas e padrões são elevados.
TRIAGEM – O processo de separação (triagem) dos resíduos sólidos propicia que o lixo orgânico seja tratado e transformado em um composto orgânico (adubo). O material sólido separado pode ser destinado à reciclagem ou utilizado como CDR (combustível derivado de resíduos).
No processo é permitido extrair o gás metano (biogás) e utilizá-lo para gerar energia elétrica para consumo próprio ou em caso de excedentes, vender para as concessionárias de energia. Já o adubo orgânico pode ser aproveitado em jardins e na agricultura. O processamento dos resíduos orgânicos prolonga a vida útil do aterro sanitário.
O conceito tecnológico desenvolvido para a Usina de Biodigestão de Jacareí atende aos mais elevados requisitos técnicos, o que garante padrões internacionais de sustentabilidade no que se refere à conservação dos recursos naturais, proteção ambiental e proteção do clima.
De acordo com a Secretaria de Meio Ambiente, Jacareí coleta uma média diária de 134 toneladas de lixo, que inclui além dos resíduos sólidos a varrição de ruas. A coleta atende 19 setores em toda a cidade, sendo um total de cerca de 150 bairros.
No final de 2015 a Prefeitura, por meio da Secretaria de Meio Ambiente de Jacareí, ganhou o “Prêmio Estrada Sustentável – Melhores Práticas em Gestão de Resíduos Sólidos”, concedido pela CCR NovaDutra e Associação Pró-Gestão das Águas da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul (Agevap).
(Zé Júnior/PMJ)