O Brasil é o país que mais mata travestis e pessoas trans no mundo. Essa constatação é baseada no “Dossiê dos Assassinatos e da Violência Contra Pessoas Trans Brasileiras 2020”, entregue no começo de 2021 para a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA). De acordo também com o documento, o Estado de São Paulo está no ranking dos assassinatos.
Dessa forma, marcando a luta de 29 de janeiro, Dia Nacional da Visibilidade Trans, a Fundação Cultural de Jacarehy (FCJ) junto à Diretoria de Atenção Especializada da Secretaria de Saúde de Jacareí, por meio do Programa Municipal IST/ HIV/ AIDS/ HV e da Casa do Abraço lançam a primeira exposição fotográfica com transsexuais no município. A mostra Corpo e Resistência aponta a importância das vidas trans e travestis no município.
O lançamento da exposição será no próprio dia 29, próximo sábado, no Pátio dos Trilhos, às 18h30, junto com o XI Chá da Diversidade, evento já realizado pela Casa do Abraço. A temática desta edição será “Vidas trans importam?” e, além da inauguração da mostra, a programação contará com roda de conversa e discotecagem com o DJ Rockley Lelles.
Guilherme Mendicelli, presidente da FCJ, pontua o compromisso da instituição no combate às desigualdades de gênero. “É compromisso da FCJ e do Programa Municipal IST/ HIV/ AIDS/ HV lutar contra a violência e o preconceito. Queremos dar visibilidade, divulgar dados, ouvir e construir uma cidade mais acolhedora, que respeite e proteja a liberdade e os direitos individuais”, afirma Mendicelli.
Corpo e Resistência
O fotógrafo Kássio Teodoro registrou dez munícipes travestis e transsexuais, que são: Cristhian Michel, Guilherme de Almeida Guarnieri, Maria Eduarda Lopez, Marilda Guedes, Leona Machado, Luciana Peixoto, Luh Christian, Nadya Araújo e Dayan Martins, Nycolle Meira e Thalia Landim, que compartilharam suas histórias, lutas e resistências, com intuito de sensibilizar a população por meio de suas trajetórias. As fotos foram tiradas em pontos diversos da cidade.
À frente da produção estiveram Maria Eduarda Lopez e Emilly Prado do Valle, ambas do Programa IST/ HIV/ AIDS/ HV. Maria Eduarda, mais conhecida como Duda, é anfitriã do Chá da Diversidade e ressalta a importância de eventos como este, como forma de reforço nas ações de políticas públicas que venham garantir os direitos igualitários da população trans. “Vamos dar voz e imagem para travestis e trans do município, para que a sociedade possa conhecer um pouco das vivências de cada qual”, compartilha Duda.
Por fim, vale ressaltar que, o uso de máscara durante o evento será obrigatório, mesmo sendo ao ar livre, assim como o distanciamento seguro para prevenção do contágio da Covid-19.
Legenda: Nycolle Meira em um dos registros fotográficos da mostra Corpo e Resistência