Abolicionismo em Jacareí


Festa da Abolição

Monumento aos Abolicionistas de Jacareí

A prefeitura, Secretaria Especial de Comunicação e Direitos Humanos, por meio da Subsecretaria de Igualdade e de Direitos Humanos inaugurou um projeto de revitalização e resgate da memória de Jacareí, na Praça da Independência, localizada no bairro São João.

Aproximadamente em 1850, esse local foi a sede da chácara do maior traficante de escravizados da cidade, coronel Leitão e foi o lugar onde aconteceu a festa da libertação dos últimos negros escravizados, no dia 18 de março de 1888.  

A chácara, vendida na década de 40 para a família Xavier, na atualidade abriga o Condomínio das Palmeiras.  

 A revitalização do espaço conta com uma pintura muralista, na área externa da EMEF Barão de Jacareí, realizada pelos artistas do Projeto NegroMuro. No muralismo, foram inseridas imagens de afeto e símbolos históricos, que representam parte das raízes culturais da cidade, em especial aquelas de origem afro brasileira.  


O Livro

Escrito em 1890, o livro Abolicionismo traz luz aos fatos, na cidade de Jacareí,  que marcaram definitivamente sua história. Localizada entre as capitais de São Paulo e Rio de Janeiro, a cidade foi um porto de recebimento e distribuição de pessoas escravizadas que contribuíram forçadamente para a economia local. Trata-se de um livro histórico, e por isso, importante para compreensão das consequências do processo de escravização que nos atravessam até os dias atuais.

Jacareí contou com um movimento progressista que envolveu variadas personalidades e, dois anos após a data oficial da abolição no Brasil, no frescor dos acontecimentos, temos o relato de um abolicionista que, a partir de sua visão e entusiasmo, nos coloca dentro da história.

Em 1980, a prefeitura de Jacareí por iniciativa do prefeito e historiador Benedito Sergio Lencioni, em comemoração ao primeiro centenário, realizou a publicação comemorativa da obra. Essa publicação manteve os textos originais de Azevedo Sampaio, suas palavras em Língua Portuguesa da época, dedicatória ao líder abolicionista Antônio Bento de Souza e Castro e a boa intenção de salvaguarda do livro original, considerado um obra rara pela Biblioteca Nacional.

2ª Edição 2023

O movimento negro brasileiro, na atualidade, busca no passado o entendimento de sua história, para ampliar os sentidos de toda a população sobre suas matrizes culturais, em especial, a respeito da trajetória da população negra. O poder público municipal, por meio da Subsecretaria de Igualdade e de Direitos Humanos de Jacareí, propõe essa nova edição, em 2023, reconhecendo o livro como um marco. Tem como propósito a garantia dos direitos da população à sua história, africana e afro-brasileira,  e que a juventude possa ter os abolicionistas como inspiração de um movimento organizado, com uma causa humanitária ímpar.

Nesse projeto, para além da publicação do texto original – que já seria um grande feito – reconstituímos o passado com os textos originais e oferecemos ao leitor mais recursos para o entendimento desse período recorrendo a representações visuais. Foram convidados pensadores locais para refletirem sobre o movimento abolicionista e são eles que, gentilmente, nos apresentam os textos do prefácio, biografia do autor e posfácio dessa edição. Nas ilustrações, contamos com a sensibilidade e representatividade de uma jovem artista que nos agracia com personalidades que influenciam a sociedade a repensar “o que é ser um abolicionista nos dias de hoje?”.