Quem disse que não existe uma forma mais barata e sustentável de construção? A DSEA (Diretoria de Sustentabilidade e Educação Ambiental) da Secretaria de Meio Ambiente de Jacareí, em conjunto com alunos da Fatec, estão comprovando essa possibilidade, com o desenvolvimento do projeto “Bioconstrução: uma alternativa ecológica e sustentável”, iniciado em julho deste ano, como parte do Circuito de Tecnologias Sustentáveis do NEA – Núcleo de Educação Ambiental, localizado no Viveiro Municipal “Seo Moura” (Estrada Theófilo Teodoro Rezende, 39 – Campo Grande).
O projeto é supervisionado pelo professor e orientador de estágio da Fatec, Mário Scalambrino Sóleo. A realização e o acompanhamento são da equipe do NEA, que tem como estagiários de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, o aluno Charles Cordeiro dos Santos Silva. Tem ainda a participação de alguns voluntários e da aluna do mesmo curso, Amanda Alves Guedes. Eles estão desenvolvendo seus TCCs – Trabalhos de Conclusão de Curso, sobre o tema.
A pesquisa inclui relatórios de acompanhamento, estudo e preparação de materiais, além de execução das etapas da construção, mobilização e, posteriormente, ações educativas. O objetivo geral do projeto é apresentar, desenvolver e proporcionar vivências com várias técnicas e métodos de bioconstrução, por meio da construção de um cômodo, que servirá como espaço educativo para apresentação desta proposta ecológica aos futuros visitantes.
Para os idealizadores do projeto, as práticas de Bioconstrução “são imprescindíveis, pois é uma atividade sustentável, de baixo custo, que visa minimizar os impactos causados por uma construção tradicional, com métodos e materiais alternativos”. Para eles, os métodos de construções ecologicamente corretos vêm ganhando espaço novamente, diante de um cenário em que o nosso planeta necessita de atenção, quando o assunto é proteção e preservação do Meio Ambiente.
Uma construção sustentável tem uma série de desafios. O primeiro deles é ter um olhar holístico sobre o processo, levando em consideração todo o seu ciclo de vida e a integração das disciplinas envolvidas. Isso é um grande empecilho, considerando a forma como são desenvolvidos os projetos no Brasil.
Técnicas – A meta é proporcionar aos interessados e público em geral, uma experiência com esta prática de permacultura, por meio de oficinas e ações educativas que, devido à pandemia, não foi possível.
Os trabalhos estão sendo realizados com equipe reduzida e com técnicas variadas: pau a pique – aplicação, preparo e montagem de estrutura tradicional com barro e bambu; pet a pique – manejo de barro, seu preparo e montagem estrutural com o uso de garrafas pet e embalagem longa vida; telhado verde – montagem de estrutura, plantio, manutenção e benefícios térmicos; produção de tijolos adobe – montagem de formas, preparação do barro e de paredes; geotinta – tinta ecologicamente correta a base de argila com opções de pigmentação e aplicação em paredes.
Todas estas técnicas servirão de exemplos de tecnologia social sustentável nas atividades de sensibilização, conscientização e educação ambiental. O local escolhido para instalação fica ao lado da estufa de mudas de plantas medicinais do NEA. Local que, além de acessível, é uma área que passa por vários aspectos climáticos durante o dia: exposição à luz solar, sombra, vento e chuvas.
Legenda – Local da instalação da bioconstrução no NEA – Núcleo de Educação Ambiental, de Jacareí