Criado com o objetivo de ensinar cidadania por meio da música, o projeto Tocando o Futuro completa 15 anos este mês. E para comemorar, os alunos se reúnem para uma apresentação especial no sábado (10), às 9h, na quadra do Jardim das Indústrias ( Av das Indústrias, 760, Vila Zezé).
Os últimos ensaios estão sendo realizados na sede do Projeto (rua Walt Disney, no Jardim das Indústrias). “Vamos tocar o Hino Nacional, o tema do Tocando o Futuro e mais umas três músicas. Não é uma apresentação muito extensa, pois o objetivo é promover um momento de integração e dar a chance de que todos participem, incluindo os que chegaram recentemente”, comenta o instrutor, o guarda civil Carlos Silva, que é instrutor desde o início do projeto.
Atualmente o Tocando o Futuro atende 100 alunos.
Giovana Tainá Moreira de Sousa, 14 anos, começou a frequentar as aulas do projeto este ano. “Estou conseguindo aprender bem e já comecei a tocar violão. E como também gosto de cantar, o instrumento me ajuda muito na afinação”, revela.
O guarda civil Henrique Bortolato Neto reforça que, além da música, o projeto tem como base formar cidadãos: “Não há outra forma de prevenir a violência se não for por meio da educação e de projetos de inclusão como esporte, música e artes. Projetos como o Tocando o Futuro vão colocando rumos para a criançada. O aluno pode até não ser um futuro músico, mas o que aprende aqui pode levar para a vida toda”.
E um exemplo disso é o músico e ex-aluno do Tocando o Futuro, Rodrigo dos Santos. Ele chegou ao projeto com 11 anos e hoje, aos 24 anos, integra a dupla musical Gil e Rodrigo, que faz shows inclusive por países da América Latina, como o Uruguai.
“Devo muito ao projeto Tocando o Futuro e indico para todo mundo. Foi lá (no projeto) que descobri minha vocação de músico. E mais que isso, aprendi valores que vou carregar para sempre e um deles fez muita diferença na minha vida. Sou muito afoito, e no projeto aprendi a respeitar a minha hora”, ressalta.
“Muitas vezes as pessoas têm preconceito. Ah é Prefeitura, é de graça, então não tem valor. Mas eu digo, por experiência, que o projeto Tocando o Futuro é ótimo,” completa.
Adultos – Há cerca de dois anos, o projeto Tocando o Futuro ampliou seu atendimento para adultos. “A iniciativa surgiu ao notarmos o interesse de alguns pais de alunos em aprender a tocar instrumentos. Hoje temos uma turma de 15 alunos”, diz o instrutor Carlos Silva.
No caso dos idosos, o instrutor Botolato avalia que as aulas funcionam como “terapia” e podem melhorar a qualidade de vida: “O foco não são torná-los expert em música, mas se conseguirem tocar as músicas que eles gostam já está ótimo. Pois a música alivia o estresse e evita até uma depressão”.
A dona de casa Zélia Félix de Carvalho, 68 anos, viu no projeto uma oportunidade de superar o preconceito. “Quando descobri que havia aulas para adultos fiquei muito contente. Acho muito bonito tocar um instrumento mas achava que já não tinha mais idade para aprender. E agora vejo que posso”, reconhece.