Um suicídio a cada 40 segundos. Essa é a média nacional quando o assunto é suicídio. Atualmente, o país ocupa o 8o lugar no ranking, com 48.000 tentativas ao ano, sendo que desse alarmante contingente, 14.000 pessoas acabam por tirar a própria vida.
Visando capacitar os profissionais que lidam diariamente com esse tema, a Secretaria de Saúde promoveu uma roda de conversa, no auditório da Secretaria de Educação, na manhã desta quinta-feira (27).
Na ocasião, palestraram profissionais da Centro de Valorização da Vida, Universidade Paulista, CAPS II e Infantil que apresentaram para as 148 pessoas presentes, assuntos e dados pertinentes sobre o tema.
Segundo um levantamento realizado pela Unicamp, 17% dos brasileiros, em algum momento, já pensaram seriamente em dar um fim à própria vida. E, desses, 4,8% chegaram a elaborar um plano para o ato. Na maioria das vezes, no entanto, é possível que esses pensamentos suicidas virem realidade.
Luis Peagno, da Central de Valorização da Vida, em sua palestra, comentou que este é o momento de derrubar os tabus e reforçou a importância dos amigos e familiares na prevenção. “Uma escuta atenta é muitas vezes, o movimento mais importante que uma pessoa pode fazer para auxiliar a pessoa que está pensando em suicídio”, explicou.
Pensando nisso, desde junho do ano passado, o Governo Federal disponibilizou gratuitamente em todo o país, uma linha direta chamada CVV (Centro de Valorização da Vida), no número 188. Ligando nesse número, um atendente devidamente treinado faz a escuta de qualquer paciente que passe por dificuldades, funcionando como mais uma ferramenta de prevenção.
Outra importante iniciativa na luta contra o suicídio é o Centro de Atenção Psicossocial (CAPS). Dados do Ministério da Saúde mostram que nos municípios onde eles existem, a taxa de suicídios diminui em 14%.
Atualmente, Jacareí possui o CAPS II (rua Dona Nenê Namura Abib, 134 – Jardim Paulistano), e outras 18 unidades de saúde que podem fazer a acolhida e o direcionamento do paciente para os serviços de escuta e acompanhamento médico.
Além do acompanhamento psicológico e psiquiátrico, e do eventual uso de medicamentos no tratamento, o CAPS II também promove terapias e oficinas alternativas que auxiliam na recuperação e reinserção social do paciente. Atualmente, a unidade conta com psiquiatra, psicólogo, terapeuta ocupacional, assistente social e enfermeiro.
Sintomas – Marcado por um desejo muito forte de fuga e um sofrimento inundado de angustia, os sintomas que podem identificar uma pessoa vulnerável ao suicídio variam. Seja por um comportamento de isolamento social, abandono de responsabilidades, alteração de peso, uso abusivo de álcool ou drogas, entre outros, como a manifestação de expressões como “quero fugir”, “eu quero dormir pra sempre”, “não aguento mais essa vida”, são todos sinais. Porém, é imprescindível que essas pessoas tenham contato com um profissional capacitado para o atendimento.
(Victor Copola/PMJ – Foto: Cristina Reis/PMJ)