As carteiras estão dispostas lado a lado, com lápis e papel nas mãos, os alunos ouvem atentos o instrutor. Vestido de farda azul marinho, o guarda civil Henrique Bortolato tem a missão de ensinar as primeiras notas musicais à nova turma do projeto Tocando o Futuro, coordenado pela Gerência de Projetos de Ações de Prevenção da Secretaria de Defesa do Cidadão.
O estudante Guilherme Santos, 13 anos, comenta que é preciso “muita atenção” para aprender música. “Não é tão fácil, mas estou gostando. O meu sonho é tocar um instrumento musical. Essa é uma oportunidade para mim”, diz.
Na mesma turma de iniciantes, está a irmã de Guilherme, a estudante Larissa, 9 anos. “Gosto de aprender as notas, mas estou ansiosa para tocar a flauta” revela a garota.
A teoria é parte integrante do curso, conforme explica Bortolato. “No primeiro momento do curso, ensinamos a parte teórica que abrange as notas musicais, conhecimento e divisão dos instrumentos, só depois vem o contato com o instrumento”.
O curso tem duração de quatro anos e é dividido em três estágios: iniciante, intermediário e avançado. A base é a flauta doce e a partitura. No decorrer do curso, conforme a aptidão, o aluno começa a tocar outros instrumentos como violão, guitarra e bateria.
“A parte prática começa após seis meses de curso e o primeiro contato é com a flauta doce. É um instrumento de fácil acesso, que não demanda muito investimento financeiro, pois custa em média 30 reais”, destaca Bortolato.
O gerente de Ações Preventivas, José Luiz da Silva, explica que além da musicalização, o projeto Tocando o Futuro agrega outros ensinamentos. “Por meio da música, é possível promover a concentração, a inspiração, a leitura, além de valores como o respeito, a disciplina e a solidariedade”.
Para a dona de casa Maria de Fátima Pereira, mãe de Guilherme e Larissa, foi justamente o fato do projeto Tocando o Futuro estimular “os valores de cidadania” que a levou a matricular os filhos no curso. “O tempo que passo aqui esperando pelos meus filhos até a aula acabar é um investimento. Se eles forem músicos profissionais, amém. Mas o mais importante são os valores que aprendem, pois vão moldando as crianças para o futuro”, considera.
Primeiros sopros – Em outra sala ao lado, uma turma, que iniciou o curso em janeiro, já experimenta os primeiros sons musicais. Enquanto o instrutor, o guarda civil José Carlos da Silva, dita o ritmo no violão, os alunos acompanham com a flauta doce. Em alguns momentos, o som é interrompido para uma correção ou uma dica do instrutor. “É fácil, só precisa ter atenção”, afirma Vitória Pereira, 11 anos. “Quero seguir até o avançado para aprender violão também”, completa, já pensando no próximo estágio do curso.
O projeto Tocando o Futuro atende 75 alunos na unidade do Conjunto São Benedito e mais 40 no bairro Bela Vista.
(Rosana Antunes/PMJ – Foto: Cristina Reis/PMJ)